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A INDÚSTRIA DA ÁGUA E O REÚSO
A INDÚSTRIA DA ÁGUA E O REÚSO

 

Do Diário do ABC on line (11 de abril de 2014)

Artigo de Mário Pino*

 

Em março comemora-se o Dia Mundial da Água, celebração

instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas), no

ano de 1992. A data foi criada com o intuito de promover

momento de reflexão, conscientização e elaboração de

medidas práticas que busquem resolver os problemas

hídricos do planeta. Em 2014, mais de duas décadas depois,

muitas dificuldades de acesso e tratamento da água

continuam a existir, principalmente em países em

desenvolvimento, como o Brasil.

Para se ter ideia do panorama brasileiro atual, estudo da

FGV (Fundação Getúlio Vargas) apresentado em fevereiro

demonstra que quase 10 milhões de litros de esgoto

industrial são despejados a cada hora, irregularmente, nos

rios e córregos da RMSP (Região Metropolitana de São

Paulo). O volume, de acordo com o levantamento, é

equivalente a 28% do total de efluentes produzidos pelas

58.373 indústrias espalhadas em 39 municípios da RMSP.

A solução para preservar essas áreas, portanto, é impedir

que a água de efluentes atinja rios e córregos antes de estar

apta para o reúso. O mundo corporativo já conta com

iniciativas bem estruturdas que, além de utilizar de forma

consciente os recursos naturais, também agregam

responsabilidade socioambiental ao desenvolvimento

econômico. A Braskem, por exemplo, alcançou economia de

6,5 bilhões de água potável através dos dois maiores

projetos de reúso de água da América Latina: o Aquapolo,

projetado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico

do Estado de São Paulo), em parceria com Odebrecht

Ambiental, que equipa o Polo Petroquímico do Grande ABC,

em São Paulo, e o Água Viva, programa desenvolvido em

parceria com a Cetrel, que abastece o Polo de Camaçari, na

Bahia.

Vale lembrar que estamos falando de recurso vital, e que os

benefícios de iniciativas como estas vão muito além da

economia de água potável; implicam também na redução do

uso de produtos químicos no tratamento de água e, ainda,

em menor impacto nos recursos hídricos da região onde os

projetos estão alocados.

As soluções para os problemas ambientais e sociais

continuarão sendo discutidas pelos governos do mundo todo.

No entanto, não há dúvidas de que as indústrias têm papel

de destaque no crescimento socioeconômico sustentável. por

isso, as empresas precisam captar cada vez mais por

iniciativas que beneficiam comunidades, fornecedores e

clientes, e diminuam a dificuldade de acesso e tratamento da

água.

 

* Mario Pino é mestre em Tecnologias Ambientais Limpas e gestor corporativo em

desenvolvimento sustentável na Braskem.