O Aquífero Alter do Chão, localizado sob os Estados do

Amazonas, Pará e Amapá, no Brasil,  é o maior aquífero

do mundo em volume de água, ocupando uma área de

437,5 mil km² com espessura de 545 metros e sob o rio

Amazonas. Esse aquífero foi descoberto em 1958, pela

Petrobrás, quando perfurava poços de petróleo.

  Com cerca de 86,4 quatrilhões de litros de água

subterrânea, ele é suficiente para abastecer 100 vezes a

população mundial. Apesar desses dados, Alter do Chão

ainda não conseguiu atrair investimentos do Governo

brasileiro nem do Banco Mundial para estudos

acadêmicos. É importante que cientistas estrangeiros 

possam ajudar os pesquisadores brasileiros na tarefa de

estudar melhor o Aquífero Alter do Chão, trazendo

projetos, sob a coordenação de cientistas brasileiros,

com objetivos claros e transparentes para a comunidade

científica e para a sociedade brasileira.

  O Alter do Chão faz parte da Bacia Sedimentar do

Amazonas e abastece várias cidades da região

Amazônica, inclusive Manaus (AM), Belém, Santarém

(PA) e a Ilha de Marajó (PA). No caso de Manaus, 10 mil

poços particulares e 130 poços da rede pública já usam o

aquífero para abastecer 40% da população.

  Ele é menor em extensão, mas maior em espessura do

que o Aquífero Guarani, e tem a vantagem de encontrar-

se inteiramente dentro do Brasil. Em termos

comparativos, a reserva de Alter do Chão tem quase o

dobro do volume de água potável que o Aquífero Guarani

– com 45 mil km³ de volume -, até então considerado o

maior do País e que passa pela Argentina, Paraguai e

Uruguai.

  O pH das águas do Aquífero Alter do Chão apresenta

características ácidas, devido sua constituição

siliciclástica (areias e argilas) que lhe dá um conteúdo

mais rico em sílica. Dados de superfície e subsuperfície

mostram que os estratos geológicos que constituem a

formação de Alter-do-Chão apresentam rochas clásticas

arenosas, siltosas e argilosas.

  Os tipos litológicos (rochas) do Aquífero Alter do Chão

podem ter melhores condições de armazenamento,

circulação de água e captações muito mais baratas em

relação ao Aquífero Guarani, pois quando a chuva cai,

penetra com facilidade no solo, já que a areia faz uma

espécie de filtro natural. Assim, a água do reservatório

subterrâneo chega limpa, boa para beber.

  A qualidade química da água do Alter do Chão é boa,

contudo sofre o risco de contaminação devido ao fato de,

em alguns locais, o nível da água ser raso e pelo alto

potencial de contaminação provocada por poços mal

construídos, pela ausência de suficiente proteção

sanitária e carência de saneamento básico.