O Aquífero Guarani é uma reserva subterrânea de água doce (considerada até o momento a maior do mundo), localizada na região sul da América do Sul (partes do território do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). Está localizado na região centro-leste da América do Sul, entre 12º e 35º de latitude sul e entre 47º e 65º de longitude oeste e ocupa uma área de 1,2 milhões de km², estendendo-se pelo Brasil (840.000l km²), Paraguai (58.500 km²), Uruguai (58.500 km²) e Argentina (255.000 km²). Suas reservas permanentes de água são da ordem de 45 mil quilômetros cúbicos Na parte brasileira, ele estende-se por oito estados: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
O Guarani é recoberto por uma camada de mil metros de basalto, o que faz com que a água fique isolada do resto do subsolo e não corra como um rio. Ela está embebida em uma camada de arenito, que funciona como uma esponja, absorvendo as águas da chuva que se infiltram.
O reservatório subterrâneo é constituído pelos espaços vazios ou poros das rochas, onde a água é armazenada e circula muito lentamente. O Aquífero Guarani é feito de vários reservatórios separados por barreiras geotectônicas com características distintas entre si. Sua recarga natural anual (principalmente pelas chuvas) é de 160 km³/ano, sendo que, desta, 40 km³/ano constituem o potencial explorável sem riscos para o sistema do aquífero; mas as taxas de renovação da água existente no Sistema Aquífero Guarani são extremamente lentas.
A qualidade da água para o consumo humano, a boa proteção contra os agentes poluidores e a grande possibilidade de captação nos locais onde ocorrem as demandas fazem com que o Aquífero Guarani seja um manancial econômico, social e flexível para o abastecimento de água. Apesar disso, nas áreas de maior confinamento, as águas do Guarani não são, sem tratamento, adequadas para o consumo humano, devido ao elevado teor de substâncias dissolvidas, a uma alta concentração de sulfatos e presença de flúor acima dos limites recomendáveis para consumo.
Geólogos estimam que o aquífero tenha capacidade para atender uma população anual de 360 milhões de pessoas. Atualmente, têm sido perfurados muitos poços para a exploração da água subterrânea sem a devida preocupação com sua proteção, e, lamentavelmente, indústrias multinacionais como a Nestlé e Coca-Cola começaram a comprar todas as fontes de água localizadas nas áreas de recarga e afloramento do Aqüífero Guarani, dando início a conflitos pelo uso da água, especialmente em São Lourenço, Minas Gerais, e na região do Chaco, Paraguai.
Existe um batalhão do exército dos EUA na tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai) que oferece fotos de satélite do Aqüífero atualizadas a cada minuto.