Embora cerca de 70% da superfície terrestre seja composta por água, menos de 3% desse total refere-se à água doce, e cerca de 0,3% dessa água doce está disponível em rios e lagos. A precipitação anual sobre os continentes é da ordem de 110.000 km³, dos quais 65% voltam à atmosfera e, do restante, a maior parte escoa para o subterrâneo da Terra e apenas 30% escoam pela superfície dela. O consumo da água doce disponível está dividido em 69% para a agricultura, 22% para uso industrial e apenas 9% para consumo humano.
A distribuição da água pelo planeta não é feita de forma regular, e, em muitos lugares, ela é escassa, dificultando a ocupação do espaço e seu aproveitamento pelo homem. Constata-se que 1,1 bilhão de pessoas têm pouco ou nenhum acesso a água potável e 80% das doenças infecciosas no mundo são causadas por água contaminada. E o pior de tudo é que, de acordo com as Nações Unidas, a disponibilidade de água por ser humano, nos últimos 50 anos, diminuiu 60% enquanto a população aumentou 50%.
O uso inadequado da água fará com que ela seja extremamente valorizada com o passar dos anos e isso será prejudicial a toda a humanidade, pois o líquido se tornará o bem mais cobiçado do século XXI. Assim, as nações irão guerrear para ter a posse desse precioso líquido.
Há uma cultura relacionada com a água e um ciclo hidrossocial na inter-relação da população humana com as águas continentais e costeiras. Um exemplo disso é que, em média, a quantidade água consumida por um cidadão europeu é 70 vezes maior do que a de um habitante de Gana. Além disso, um norte-americano consome 300 vezes mais água que um ganense.
Para ser bebida (água potável), a água tem de ser pura, clara, fresca e inodora, sem matérias tóxicas nem microorganismos prejudiciais à saúde. A água potável, às vezes, precisa ser destilada, como exigem certos processos químicos e farmacêuticos. Em outras atividades, como em indústrias que usem caldeiras, o principal cuidado deve ser com a ação corrosiva e precipitante de certos sais contidos na água, capazes de danificar as tubulações.
Apesar de o Brasil ser o país detentor de maior quantidade de água potável no mundo, as dificuldades de acesso regular ou mesmo precário a qualquer fonte de água potável ainda é uma realidade para centenas de famílias, especialmente para aquelas em situação de extrema pobreza, localizadas na zona rural do País.
No Brasil, está cada vez mais difícil encontrar fontes de água pura, devido à poluição e à falta de consciência ambiental da maioria das pessoas. As fontes de água doce, superficiais ou subterrâneas, têm sofrido um processo de diminuição em quantidade e em qualidade, em razão da construção de hidrovias, da urbanização acelerada, dos usos intensivos das águas superficiais e subterrâneas na agricultura e na indústria. Também o mercúrio e outros produtos químicos poluidores são jogados nos rios, bem como produtos poluentes despejados por navios, esgotos das grandes indústrias, hospitais, e casas.
É necessário, então, mais consciência por parte da população no uso da água e, por parte do governo, um maior cuidado com a questão do saneamento e abastecimento. Seria importante desenvolver atividades de educação ambiental nas comunidades ribeirinhas, a fim de obter uma conscientização relacionada com a importância e preservação da água.
(SALIN SIDDARTHA)